Tem que ser comédia! Com...Texto Colaborativo? Idéias coletivas? Processo colaborativo? Criação coletiva? Roteiro coletivo? Dramaturgia colaborativa? Sei lá no que isso vai dar, a única certeza é: Tem que ser comédia!
Qual pode ser o resultado da junção de dois anjos, uma bunduda, três putas atrapalhadas, um pseudomachão e uma pseudolésbica? No mínimo muita bagunça e boas risadas, isso nos basta.
Acreditei na idéia e no potencial do grupo em fazermos uma comédia primeiramente pela grande capacidade que temos de nos fazermos rir de nós mesmos, mas confesso que o Bergson me deixou muito preocupada. Era tudo tão mais fácil quando a comédia me era instintiva e hoje posso dizer que fazer comédia tem sido uma das coisas mais detalhadas, pensadas e sérias que já fiz, ou melhor, estou fazendo.
Como assim ser uma puta muda? Como assim ser muda? É possível se comunicar sendo muda? Tenho medo. Medo de que? De ser ridícula? Não, isso confesso que tenho até facilidade. Bom, até agora não sei como me convenci em ser a puta muda, mas talvez tenha sido quando vi alguém que confio rindo de mim quando tentei me fazer de muda. Foi aí que descobri o segredo pra perder o medo. Me convenci tentando e percebi que essa tem sido nossa eterna busca: tentativas, medos, riscos, muitas idéias, discussões, confiança no outro e finalmente o convencimento de que é aquilo e ponto.
Não me sinto uma puta fazendo o que fazemos nas cenas e muito menos uma muda, mas acredito no que faço porque tenho um grupo que acredita em mim mesmo nas horas que eu mesma não acredito. E depois se vão rir de nós ou não, isso veremos depois, eu tenho rido muito e é o que tem valido a pena. Depois que percebemos isso nada muda, mas qualquer coisa pode se transformar numa comédia desde que seja “alto, forte e brilhante”.
Pois então que Bergson nos fortaleça e nos faça brilhar chegando assim cada vez mais alto. Fiquem a vontade para adentrar a mais uma de nossas neuras, dessa vez em Nova Canaã.
Lígia Berber - Rosário
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